Ambientes internos de dez pontos da capital apresentaram partículas inaláveis em índices até 392% superiores ao recomendado pela OMS
Poeira fina formada em até 80% pela queima de combustíveis, esse material particulado é um dos principais poluentes da cidade, onde a frota de veículos já supera os 7 milhões. As partículas ficam em suspensão no ar - especialmente em dias secos e frios - e circulam normalmente em ambientes internos, o que colabora para a sensação de que um piso que acabou de ser limpo, por exemplo, fique imediatamente sujo. Além disso, penetram pelo nariz e chegam ao pulmão e ao sangue, aumentando o risco de doenças.
Camada de poluição é visível na cidade de São Paulo na manhã do último dia 28. O tempo seco dificulta a dispersão dos poluentes na atmosfera
O pior resultado encontrado foi na Avenida República do Líbano, em Moema, na zona sul - bem ao lado do Parque do Ibirapuera, mas perto de vias com grande circulação de veículos. Em um consultório médico, o medidor apontou 123 microgramas de partículas por metro cúbico, quase quatro vezes mais do que as 25 consideradas ideais pela OMS para medição de 24 horas - ou 392% acima do ideal.
No local, apenas uma janela entreaberta facilitava a entrada de poluentes do exterior, onde a medição mostrou ar pior - 162 microgramas. O problema se repetiu em apartamentos residenciais. Já em duas medições internas, os resultados foram do que o das vias. Caso de um escritório da própria Faculdade de Medicina da USP, mais poluído do que o ar na Avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste.
Para o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, os índices achados pelo Estado são absurdos para uma cidade como São Paulo. “Avenidas de Nova York e Boston não são tão poluídas quanto ambientes internos aqui”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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