No mês passado, a extensão do gelo marinho que cobre o Oceano Ártico alcançou a segunda menor medida já registrada, segundo pesquisadores da Nasa (agência espacial americana) e da Universidade do Colorado.
A calota de gelo do Ártico cresce a cada inverno e encolhe a cada verão quando o sol nasce mais alto no céu do Norte. Todos os anos, o gelo do mar Ártico atinge seu ponto mínimo em setembro.Ele bateu um recorde de baixa em 2007 e, durante os dez primeiros dias do mês passado, o nível chegou a ficar ligeiramente inferior ao daquele ano.
"As condições atmosféricas e oceânicas não foram tão favoráveis à perda de gelo este ano, mas o derretimento se aproximou dos níveis de 2007", relata o cientista Walt Meier, da Universidade do Colorado.
Joey Comiso, da Nasa, afirma que o nível baixo segue o padrão de declínio que os pesquisadores têm detectado ao longo das últimas três décadas, fenômeno atribuído ao aquecimento global. Desde 1979, a extensão do gelo marinho do Ártico medida em setembro tem diminuído 12% a cada década.
"O gelo do mar não só está em declínio, como o ritmo desse declínio está se tornando maisdrástico", diz Comiso. "A camada mais velha e grossa de gelo está diminuindo mais rápido do que o resto, tornando a cobertura perene mais vulnerável."
A extensão média do gelo marinho do Ártico em setembro foi de 4,61 milhões de quilômetros quadrados. A medida ficou 2,43 milhões de quilômetros quadrados abaixo da média de 1979-2000.
Modelos climáticos sugerem que o Ártico poderia perder quase toda a sua cobertura de gelo no verão até 2100, mas nos últimos anos, a extensão de gelo diminuiu mais rápido do que os modelosprevistos.







