31 outubro 2011

Ainda sem dinheiro do BNDES, Odebrecht pede R$ 200 milhões no mercado para tocar Itaquerão



Festa pela confirmação do Itaquerão como abertura da Copa, mas dinheiro está curto

Festa pela confirmação do Itaquerão como abertura da Copa, mas dinheiro está curto

http://esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/10/20/ainda-sem-dinheiro-do-bndes-odebrecht-pede-r-200-milhoes-no-mercado-para-tocar-itaquerao.htm

Roberto Pereira de Souza

Em São PauloApesar dos primeiros fogos que ecoaram no Itaquerão nesta quinta-feira, após o anúncio de que a arena abrirá a Copa do Mundo 2014, nem tudo é motivo de festa para a construtora Odebrecht. O núcleo financeiro que cuida da arena precisou ir ao mercado financeiro para conseguir um empréstimo de R$ 200 milhões.



A medida não é vista como emergencial dentro da construtora, mas o fato é que o trabalho no Itaquerão consumiu R$ 24 milhões em cinco meses e as negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não foram tão simples como se imaginava em um primeiro momento. Sem caixa para o Itaquerão, a construtora pediu um empréstimo em nome próprio para alavancar as obras nos próximos meses.

Oficialmente, o BNDES abriu uma carteira de crédito para construção ou reformas de estádios para a Copa 2014, no limite máximo de R$ 400 milhões/sede. Três sedes ainda não entraram em contato com o banco estatal: São Paulo, Porto Alegre e Brasília (os dois primeiros são particulares).

A assessoria do BNDES confirmou ontem que o dinheiro “reservado” ao Corinthians ainda não foi pedido. Tecnicamente, o banco poderia ter feito um empréstimo-ponte à Odebrecht que seria deduzido do valor limite (R$ 400 milhões).

“Mas essa operação não foi feita pelo BNDES. Já fizemos isso com o consórcio que toca a obra da arena pernambucana (a Odebrecht faz parte do consórcio). Para a arena corintiana, nada foi pedido, nem uma carta-consulta foi enviada”, explicou a assessoria do banco.

O prazo final para a retirada desse dinheiro junto ao banco estatal é 31 de dezembro de 2011.

Junto com a terraplenagem da área de 200 mil metros quadrados, teve início também a construção de outro projeto de engenharia: a financeira.

Técnicos da Odebrecht sairam a campo para conseguir parceiros de múltiplas tarefas. Tarefa 1: um banco que faça a intermediação do empréstimo junto ao BNDES, cobrando taxas mais baratas. Tarefa 2: que esse banco aceite as garantias reais oferecidas pela Odebrecht para fechar a operação de emprésitmo de R$ 400 milhões. Tarefa 3: que o Corinthians aceite ser sócio minoritário nessa complexa operação até quitar toda a dívida junto ao banco. O clube deverá ter receita para pagar juro e o principal da dívida, totalizando cerca de R$ 740 milhões em 14 anos.

Pela engenharia financeira construída para retirar o dinheiro do BNDES e comercializar os títulos municipais da Prefeitura no valor máximo de R$ 320 milhões, a construtora e o banco intermediário seriam os responsáveis pelo estádio. O prazo para o fechamento da operação expira em 71 dias.