07 abril 2011

Senado lamenta massacre no Rio e promete mais leis contra violência

É sempre assim. Após uma catástrofe como essa aparece um bando de políticos oportunistas fazendo promessas para combater essa violência fora de qualquer controle que toma conta do nosso país.
Antes dessas crianças de hoje, muitos Joãos Hélios, Isabelas Nardonis e tantos outros foram e serão mortos em plena infância por lunáticos e/ou delinquentes de plantão.

Matéria atualizada às 18h04

Além de manifestações de senadores chocados com o assassinato de 11 crianças no Rio de Janeiro, ocorrido na manhã desta quinta-feira (7), o Senado reagiu ao massacre com promessas de novas leis para coibir a violência. As principais manifestações partiram do presidente da Casa, José Sarney; dos senadores pelo Rio Marcelo Crivella (PRB), Francisco Dornelles (PP) e Lindbergh Farias (PT); dos integrantes da Comissão de Relações Exteriores (CRE); e do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Um esforço para votar projetos contra a violência foi anunciado nesta quinta pelo presidente da CCJ. Em entrevista, Eunício Oliveira afirmou que, na quarta-feira (6), já havia determinado à secretaria da CCJ um levantamento dos projetos que tratam de segurança pública, que considera a maior preocupação dos brasileiros.

Referindo-se à tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), em que o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira fez vários disparos contra mais de 30 alunos, matando mais de uma dezena, Eunício Oliveira disse que a segurança nas escolas deve ser hoje uma preocupação nacional. Segundo Eunício, diariamente morrem crianças vítimas da violência nas escolas, o que exige das autoridades medidas preventivas.

- Nossos jovens estão expostos a todo tipo de violência, e não podemos assistir passivamente a essa onda criminosa. Os traficantes estão viciando e matando os jovens nas imediações das escolas e isso é intolerável - acrescentou.

Ao lamentar o massacre, o senador Lindbergh Farias afirmou que o momento é de mobilização social e de repensar os valores da sociedade.

- Não falo como senador. Falo como brasileiro que conhece aquele povo. Ninguém sabe o que se passa na cabeça de uma pessoa como essa quando resolve assassinar crianças. O povo do Rio, em especial os pais daquelas crianças, não merece isso! - afirmou o parlamentar.

O senador Francisco Dornelles disse que estava chocado com o ocorrido e que se sentia "como os pais das crianças", que enviaram seus filhos para estudar e que jamais esperavam por uma tragédia como a ocorrida nesta manhã. Conforme o parlamentar, o momento é de solidariedade e apoio às famílias das vítimas.

Em discurso, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que está com o "coração estraçalhado de tristeza". Foi dele o requerimento para que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovasse voto de pesar às famílias das vítimas do atentado. O voto é extensivo à Escola Municipal Tasso da Silveira.

Restrição às armas

Logo que chegou ao Senado, Sarney classificou como "atentado terrorista" o ataque à escola em Realengo.

- Não pode passar pela nossa cabeça que isso ocorra nas nossas escolas. De certo modo, é um ato de terrorismo - disse Sarney.

Para o senador, o governo deve, a partir desse episódio, passar a dar mais atenção à questão da segurança nas escolas brasileiras. Sarney disse também que a tragédia pode trazer de volta, à sociedade e ao Congresso Nacional, a discussão sobre a proibição de venda de armas de fogo.

- Eu digo não às armas. Não podemos aceitar a venda livre de armas no Brasil - afirmou.

Ao longo de discursos sobre outros temas também se manifestaram os senadores Paulo Davim (PV-RN), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Acir Gurgacz (PDT-RO), Martha Suplicy (PT-SP), Ana Amélia (PP-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA).