05 abril 2011

SAIBA MAIS-Vale virou 2a maior mineradora global em 10 anos

Vale a lembrança: a empresa foi "privatidada" por pouco mais de USD 3,5 bilhões DENISE LUNA - REUTERS A Vale inicia na gestão de Tito Botelho Martins uma nova fase, ainda não revelada oficialmente, mas evidenciada pelos fatos que levaram à demissão de Roger Agnelli, que comandava a empresa desde 2001 seguindo uma via de crescimento não comprometida com as ações de governo. A partir de agora, avaliam analistas e autoridades do próprio governo , a relação entre as duas partes deverá ter mais sintonia. O que se espera é que em um primeiro momento a companhia tenha que acelerar os projetos siderúrgicos que estão em andamento. O ritmo lento do projeto do Pará, por exemplo, foi um dos motivos que agravaram a já então abalada relação de Agnelli com o governo, que considerou pequeno o empenho do executivo em uma obra que, se acelerada, poderia trazer ganhos políticos para o governo petista no Estado (o PSDB acabou ganhando a última eleição para o governo). O projeto siderúrgico do Espírito Santo, conhecido como Ubu, recebeu em março licença ambiental e poderá ter um ganho em velocidade de implementação nas mãos de Martins, acreditam analistas, mesmo que a Vale não encontre nenhum sócio. A companhia também está desenvolvendo, junto com as coreanas Posco e Dongkuk, uma usina no Ceará. Contratado durante um governo neoliberal, Agnelli fez a Vale virar uma gigante do setor e está a um passo da liderança entre rivais do porte de BHP e Rio Tinto. Segundo dados do site da Vale, entre 2001 e 2010 a empresa criou 154,5 bilhões de dólares de valor aos acionistas e distribuiu 17,4 bilhões de dólares em dividendos e juros sobre o capital próprio. O retorno total aos acionistas foi de 38,2 por cento ao ano entre 2001 e 2010, "o mais elevado entre as maiores empresas de mineração", segundo o site. Nos últimos 10 anos a empresa abandonou áreas como navegação (Docenave), alumínio e siderurgia, mas abriu outras frentes como níquel, cobre e fertilizantes. Veja a seguir a evolução dos números da empresa nos últimos 10 anos durante a gestão de Agnelli: VALE 2001 VALE 2010 -------------------------------------------------------------------------------- RECEITA: R$ 11 bi R$ 85 bi PESO SIDERURGIA: 10% - LUCRO: R$ 3 bi R$ 30 bi EXPORTAÇÕES: US$ 3,2 bi US$ 29 bi SALDO COMERCIAL: US$ 2,8 US$ 27,6 bi VENDA DE MINÉRIO DE FERRO: 110 mi t 247 mi t VALOR DE MERCADO US$ 9,2 bi US$ 176,3 bi -------------------------------------------------------------------------------- Fontes: Vale e mercado (Por Denise Luna)