07 abril 2011

Reportagem da revista britânica diz que, sem um líder definido e atravessando uma crise de identidade, o PSDB corre o risco de rachar se não repensar

Agência Brasil

José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin

Da esquerda para a direita, Serra, Aécio e Alckmin: enquanto nenhum tucano fala mais alto, indefinição compromete estabilidade do PSDB, segundo a Economist

São Paulo - O início de uma das reportagens da edição revista britânica The Economist que chega às bancas nesta quinta-feira (7) lembra um documentário sobre a vida animal. "Os tucanos, segundo os brasileiros dizem, simplesmente não conseguem ficar juntos: aqueles bicos grandes ficam no caminho." Longe de ser uma piada infame, o parágrafo remete a duas crises que ameaçam o PSDB, atual partido protagonista da oposição no Brasil.

Uma delas é a crise de relacionamento entre seus membros mais influentes, a qual compromete a estabilidade do partido. A outra é uma crise de identidade. Longe de mostrar uma postura definida, segundo a revista, o partido tucano precisa mudar seu discurso atual e rever seus focos caso queira continuar sendo relevante na política nacional. Sem isso, corre o risco de se perder pelo caminho rumo às eleições presidenciais de 2014.

Os motivos da primeira crise, de acordo com a Economist, têm nome e sobrenome. José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Todos continuam sendo vistos como potenciais candidatos à presidência daqui a quatro anos - mesmo José Serra, considerado por muitos como fora do páreo depois da derrota para Dilma Rousseff no ano passado.

Enquanto o PSDB não define seu nome forte para a disputa de 2014, muitos temem que o partido rache se não se apressar a escolher entre um dos três. "Alckmin está tentando empurrar Serra para a candidatura à prefeitura de São Paulo em 2012. O atual prefeito, Gilberto Kassab, um amigo, está criando um novo partido que, segundo alguns pensam, poderia acomodar José Serra caso o PSDB não se curve à sua vontade. Se for deixado de lado novamente, Aécio Neves também poderia sair. Com ele, iriam as melhores chances do partido conquistar a presidência", diz o texto.