FABIO PAGOTTO
Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, vive um momento de valorização nos terrenos, apartamentos e casas. Os valores de venda e aluguel dispararam: só nos últimos 12 meses, corretores e imobiliárias consultados pelo DIÁRIO falam em aumento de 30% a 150% nos preços, dependendo da região. O motivo, segundo os corretores, é o início das obras do estádio do Corinthians, o Fielzão, palco do jogo inicial da Copa do Mundo de 2014.
“Eu comprei a minha casa por R$ 205 mil em novembro, mas hoje não venderia por menos de R$ 400 mil”, disse a enfermeira Maria Aparecia Campos Almeira, de 53 anos. Ela mora na Rua Samambaiaçu, em Artur Alvim, e sua casa, no alto de uma colina, tem uma visão privilegiada do Fielzão. “Todo dia, eu fico espiando a obra”, afirma Maria, olhando a construção da janela de seu quarto.
Sua vizinha, a professora Patrícia Rodrigues Monteiro, de 33 anos, também sente os efeitos da valorização dos imóveis. “Eu pago R$ 400 de aluguel. O contrato vence em janeiro e o proprietário já disse que quer aumentar para pelo menos R$ 600”, disse a professora, que mora na Rua Samambaiaçu há dois anos. “Até ele quer morar em Itaquera”, diz Patrícia.
Em obras/O corretor Marcelo de Jesus Fernandes, de 43 anos, da Imobiliária Almar, negocia imóveis em Itaquera há 15 anos e afirma que nunca o bairro valorizou tanto. “Quando anunciaram que o estádio seria construído, os preços começaram a subir. Com o começo das obras, dispararam”, falou Fernandes. Ele estima que os imóveis que vende subiram entre 70% a 150%. “Um apartamento na Cohab 2, conjunto José Bonifácio, que valia R$ 85 mil há um ano, dificilmente é encontrado por menos de R$ 130 mil”, falou o corretor.
Wilza Mandu, de 27 anos, administradora da imobiliária Casa Imóveis, também observou a valorização nos preços. “Só nos últimos quatro meses os valores subiram 15%, em média. Quanto mais próximo do estádio, maior é esse aumento”, explicou Wilza.
De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o preço médio de uma casa ou apartamento novos com dois dormitórios na região era de R$ 134 mil em outubro de 2010. Agora, uma residência com essas características não sai por menos de R$ 150 mil.
Já Alexandre Asaka, gerente da Yamakawa Imóveis, crê que os preços não vão se manter altos por muito tempo. “As pessoas estão optando por comprar em outras regiões, logo esses preços vão cair”, diz.
Valorização na Zona Leste é passageira, afirma Embraesp
O presidente da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompeia, crê que a valorização dos imóveis em Itaquera é temporária. “Em outras regiões com estádios próximos, como o Pacaembu e o Morumbi, a regra é inversa. Quanto mais próximo do campo, menos vale a casa ou apartamento, por conta do movimento gerado pelo estádio”, afirmou Pompeia.
“Talvez, a valorização se mantenha nos imóveis comerciais por conta do trajeto dos torcedores”, falou. Para o presidente da Embraesp, a escalada da região não difere do crescimento de preços do restante da cidade. “O motivo é o aquecimento do mercado”, disse Pompeia.
Já o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), João Crestana, aponta motivos para a valorização imobiliária na região, além da construção do Fielzão. “O principal é que as pessoas do perfil da região tiveram acesso ao crédito. A facilidade de crédito fez a demanda crescer em toda a cidade”, diz Crestana.
Para o presidente do Secovi, os investimentos do governo também pesam na valorização da região de Itaquera. “Ali vai ocorrer a Operação Urbana Rio Verde-Jacu, que vai trazer enorme desenvolvimento ali”, disse Crestana.
Entre os projetos previstos para a operação estão um fórum judiciário, um terminal rodoviário, uma Fatec/Etec (Faculdade de Tecnologia/Escola Técnica Estadual), uma unidade do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), um batalhão da Polícia Militar e um parque linear.
Imóveis novos sobem 85% em São Paulo
Estudo realizado pelo instituto de pesquisa Ibope, divulgado no dia 27, apontou que o preço do metro quadrado dos imóveis novos na cidade de São Paulo subiu cerca de 85% de abril de 2009 a outubro deste ano. O levantamento, que acontece a cada seis meses, mostrou que a capital paulista teve a maior alta entre as regiões pesquisadas – Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Entre o quarto mês deste ano e outubro, o valor médio de imóveis novos subiu 14%, atingindo R$ 6.019.
R$ 1.879
é o preço médio do metro quadrado na região de Itaquera
Prefeitura anuncia incentivos para região
A Prefeitura anunciou em setembro um edital de chamamento para as empresas interessadas em investir na Zona Leste. A iniciativa prevê incentivos fiscais que somam R$ 50 milhões para o orçamento de 2012.
“Eu comprei a minha casa por R$ 205 mil em novembro, mas hoje não venderia por menos de R$ 400 mil”, disse a enfermeira Maria Aparecia Campos Almeira, de 53 anos. Ela mora na Rua Samambaiaçu, em Artur Alvim, e sua casa, no alto de uma colina, tem uma visão privilegiada do Fielzão. “Todo dia, eu fico espiando a obra”, afirma Maria, olhando a construção da janela de seu quarto.
Sua vizinha, a professora Patrícia Rodrigues Monteiro, de 33 anos, também sente os efeitos da valorização dos imóveis. “Eu pago R$ 400 de aluguel. O contrato vence em janeiro e o proprietário já disse que quer aumentar para pelo menos R$ 600”, disse a professora, que mora na Rua Samambaiaçu há dois anos. “Até ele quer morar em Itaquera”, diz Patrícia.
Em obras/O corretor Marcelo de Jesus Fernandes, de 43 anos, da Imobiliária Almar, negocia imóveis em Itaquera há 15 anos e afirma que nunca o bairro valorizou tanto. “Quando anunciaram que o estádio seria construído, os preços começaram a subir. Com o começo das obras, dispararam”, falou Fernandes. Ele estima que os imóveis que vende subiram entre 70% a 150%. “Um apartamento na Cohab 2, conjunto José Bonifácio, que valia R$ 85 mil há um ano, dificilmente é encontrado por menos de R$ 130 mil”, falou o corretor.
Wilza Mandu, de 27 anos, administradora da imobiliária Casa Imóveis, também observou a valorização nos preços. “Só nos últimos quatro meses os valores subiram 15%, em média. Quanto mais próximo do estádio, maior é esse aumento”, explicou Wilza.
De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o preço médio de uma casa ou apartamento novos com dois dormitórios na região era de R$ 134 mil em outubro de 2010. Agora, uma residência com essas características não sai por menos de R$ 150 mil.
Já Alexandre Asaka, gerente da Yamakawa Imóveis, crê que os preços não vão se manter altos por muito tempo. “As pessoas estão optando por comprar em outras regiões, logo esses preços vão cair”, diz.
Valorização na Zona Leste é passageira, afirma Embraesp
O presidente da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompeia, crê que a valorização dos imóveis em Itaquera é temporária. “Em outras regiões com estádios próximos, como o Pacaembu e o Morumbi, a regra é inversa. Quanto mais próximo do campo, menos vale a casa ou apartamento, por conta do movimento gerado pelo estádio”, afirmou Pompeia.
“Talvez, a valorização se mantenha nos imóveis comerciais por conta do trajeto dos torcedores”, falou. Para o presidente da Embraesp, a escalada da região não difere do crescimento de preços do restante da cidade. “O motivo é o aquecimento do mercado”, disse Pompeia.
Já o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), João Crestana, aponta motivos para a valorização imobiliária na região, além da construção do Fielzão. “O principal é que as pessoas do perfil da região tiveram acesso ao crédito. A facilidade de crédito fez a demanda crescer em toda a cidade”, diz Crestana.
Para o presidente do Secovi, os investimentos do governo também pesam na valorização da região de Itaquera. “Ali vai ocorrer a Operação Urbana Rio Verde-Jacu, que vai trazer enorme desenvolvimento ali”, disse Crestana.
Entre os projetos previstos para a operação estão um fórum judiciário, um terminal rodoviário, uma Fatec/Etec (Faculdade de Tecnologia/Escola Técnica Estadual), uma unidade do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), um batalhão da Polícia Militar e um parque linear.
Imóveis novos sobem 85% em São Paulo
Estudo realizado pelo instituto de pesquisa Ibope, divulgado no dia 27, apontou que o preço do metro quadrado dos imóveis novos na cidade de São Paulo subiu cerca de 85% de abril de 2009 a outubro deste ano. O levantamento, que acontece a cada seis meses, mostrou que a capital paulista teve a maior alta entre as regiões pesquisadas – Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Entre o quarto mês deste ano e outubro, o valor médio de imóveis novos subiu 14%, atingindo R$ 6.019.
R$ 1.879
é o preço médio do metro quadrado na região de Itaquera
Prefeitura anuncia incentivos para região
A Prefeitura anunciou em setembro um edital de chamamento para as empresas interessadas em investir na Zona Leste. A iniciativa prevê incentivos fiscais que somam R$ 50 milhões para o orçamento de 2012.