No discurso, Andrés Sanchez e seus diretores defendem com unhas e dentes a Zona Leste de São Paulo, casa do futuro estádio corintiano, em Itaquera. Na prática, porém, a cúpula do clube pouco frequenta a região. Eventos que outrora reuniam os alvinegros fora do Parque São Jorge, mas na Zona Leste, são ignorados pela maior parte da diretoria. As decisões vitais para o Corinthians cada vez menos são tomadas na ZL.
A Zona Sul, em especial os Jardins, atrai como imã os principais cartolas corintianos. Almoços e jantares de negócios nunca são na Zona Leste. Andrés, por exemplo, costuma marcar esses encontros em casas badaladas da ZS, como a churrascaria Rodeio, nos Jardins, e o restaurante Ecco, no Jardim Paulista.
A tradição de discutir a política do clube em pizzarias da ZL, como a Vera Cruz, no Tatuapé, foi deixada de lado. Membros da diretoria e até opositores preferem a sofisticada pizzaria Camelo de Cerqueira César, também na Zona Sul.
Eventos tradicionais na região do Parque São Jorge não são mais prestigiados pela cúpula do alvinegro. É o caso dos encontros no Santa Maria, clube vizinho ao Parque São Jorge. Andrés também não é frequentador das reuniões noturnas dos Chorumelas, grupo de sócios e conselheiros que se reúne mensalmente em restaurantes próximos ao Parque São Jorge. O presidente prefere as baladas da moda no Itaim.
A delegação se hospeda longe do Parque São Jorge. Fica em Higienópolis nos dias de jogos. Compreensível, pois o hotel é colado no Pacaembu. Higienópolis, uma das regiões mais caras da cidade, também começa a atrair jogadores do time, que antes preferiam morar na ZL por causa da proximidade com o Parque São Jorge.
A ferveção de dirigentes e atletas nos Jardins e outros cantos chiques da Zona Sul vai na contramão da campanha de Andrés pela valorização de Itaquera. Mas combina com uma elite que passou a frequentar o Pacaembu, fisgada pelo departamento de marketing corintiano.
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